Barroco: termo de origem espanhola ‘Barrueco’, aplicado para designar pérolas de forma irregular.
As obras barrocas romperam o equilíbrio entre o sentimento e a razão ou entre a arte e a ciência, que os artistas renascentistas procuram realizar de forma muito consciente; na arte barroca predominam as emoções e não o racionalismo da arte renascentista.
É uma época de conflitos espirituais e religiosos. O estilo barroco traduz a tentativa angustiante de conciliar forças antagônicas: bem e mal; Deus e Diabo; céu e terra; pureza e pecado; alegria e tristeza; paganismo e cristianismo; espírito e matéria.
Suas características gerais são:
* emocional sobre o racional; seu propósito é impressionar os sentidos do observador, baseando-se no princípio segundo o qual a fé deveria ser atingida através dos sentidos e da emoção e não apenas pelo raciocínio.
* busca de efeitos decorativos e visuais, através de curvas, contracurvas, colunas retorcidas;
* entrelaçamento entre a arquitetura e escultura;
* violentos contrastes de luz e sombra;
* pintura com efeitos ilusionistas, dando-nos às vezes a impressão de ver o céu, tal a aparência de profundidade conseguida.
PINTURA
Características da pintura barroca:
* Composição assimétrica, em diagonal - que se revela num estilo grandioso, monumental, retorcido, substituindo a unidade geométrica e o equilíbrio da arte renascentista.
* Acentuado contraste de claro-escuro (expressão dos sentimentos) - era um recurso que visava a intensificar a sensação de profundidade.
* Realista, abrangendo todas as camadas sociais.
* Escolha de cenas no seu momento de maior intensidade dramática.
Dentre os pintores barrocos italianos:
Caravaggio - o que melhor caracteriza a sua pintura é o modo revolucionário como ele usa a luz. Ela não aparece como reflexo da luz solar, mas é criada intencionalmente pelo artista, para dirigir a atenção do observador. Obra destacada: Vocação de São Mateus.
Andrea Pozzo - realizou grandes composições de perspectiva nas pinturas dos tetos das igrejas barrocas, causando a ilusão de que as paredes e colunas da igreja continuam no teto, e de que este se abre para o céu, de onde santos e anjos convidam os homens para a santidade. Obra destacada: A Glória de Santo Inácio.
Velázquez - além de retratar as pessoas da corte espanhola do século XVII procurou registrar em seus quadros também os tipos populares do seu país, documentando o dia-a-dia do povo espanhol num dado momento da história. Obra destacada: O Conde Duque de Olivares.
Rubens (espanhol) - além de um colorista vibrante, se notabilizou por criar cenas que sugerem, a partir das linhas contorcidas dos corpos e das pregas das roupas, um intenso movimento. Em seus quadros, é geralmente, no vestuário que se localizam as cores quentes - o vermelho, o verde e o amarelo - que contrabalançam a luminosidade da pele clara das figuras humanas. Obra destacada: O Jardim do Amor.
Rembrandt (holandês) - o que dirige nossa atenção nos quadros deste pintor não é propriamente o contraste entre luz e sombra, mas a gradação da claridade, os meios-tons, as penumbras que envolvem áreas de luminosidade mais intensa. Obra destacada: Aula de Anatomia.
Suas características são: o predomío das linhas curvas, dos drapeados das vestes e do uso do dourado; e os gestos e os rostos das personagens revelam emoções violentas e atingem uma dramaticidade desconhecida no Renascimento.
Bernini - arquiteto, urbanista, decorador e escultor, algumas de suas obras serviram de elementos decorativos das igrejas, como, por exemplo, o baldaquino e a cadeira de São Pedro, ambos na Basílica de São Pedro, no Vaticano. Obra destacada: A Praça de São Pedro, Vaticano e o Êxtase de Santa Teresa.
O Extase de Santa Teresa
A arte, sem dúvida alguma, é uma forma de expressar um sentimento, uma história ou até mesmo uma mensagem. Muitos artistas deixavam algo em oculto em suas obras, e quando paramos para observar e estudar a obra percebemos a real mensagem que o artista quis passar.
Porém, algumas obras deixam a verdade bem a mostra, sem “ocultismo”.
Uma das obras mais famosas de Gian Lorenzo Bernini (1598-1680) é O Êxtase de Santa Teresa. Assim que foi inaugurada essa obra, por ordem do Papa Urbano VIII, foi transferida de sua localização original. De acordo com o Papa, a obra apresentava um conteúdo “sexual” explícito, e isso não é admitido em uma Igreja.
A escultura foi para outra Igreja, escolhida pelo próprio Bernini.
Embora a escultura tenha sido executada brilhantemente, com os cuidados dos traços e feições dos personagens, não é uma obra própria para uma Igreja cristã, pois todos conseguem notar que Santa Teresa está deitada entregue a um grande orgasmo. Basta observar sue feição.
Santa Teresa era uma freira, que recebeu sua santificação quando afirmou que um anjo lhe visitou enquanto dormia. Embora, os estudiosos acreditem que a visita foi mais sexual do que espiritual. Para chegar a essa conclusão basta analisar um trecho do diário da Santa:
“... sua grande lança dourada, cheia de fogo, penetrou em mim várias vezes até minhas entranhas. Uma doçura tão extrema que desejaria que nunca cessasse.”
Podemos agora tirar as conclusões e responder se o Papa Urbano VIII realmente tinha razão ou se estava apenas delirando.
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