TÍTULO: A Decisão é da Mulher
Legalizar o aborto significa que nenhuma mulher poderá ser presa por esta prática e que o Estado estará obrigado a garantir assistência à saúde desta mulher na rede pública. Porém muitas pessoas e principalmente entidades religiosas acreditam que aprovar determinada lei significa um crime contra a vida e fazer apologia ao aborto.A criminalização do aborto faz com que as clínicas clandestinas lucrem no comércio ilegal de abortamentos e milhares de mulheres morram por ano ao realizarem o aborto na clandestinidade, se houvesse a legalização, poderíamos ter números oficiais de abortamentos e controlá-los para diminuir esses números.
São as mulheres pobres, as [pobres as] maiores vítimas da criminalização do aborto. São elas que morrem por não ter dinheiro para pagar por um aborto em clínicas clandestinas caríssimas e acabam por realizar abortos em situações desumanas, sem terem um acompanhamento médico antes, durante e depois do aborto.
Legalizar o aborto não significa incentivá-lo e sim poder reforçar campanhas de educação sexual para evitá-lo. A maternidade só será plena se for voluntária, livre e desejada, por isso é preferível a mulher assumir que não está pronta para trazer uma criança ao mundo do que fazer esta criança passar por maus tratos e sofrer. Não faz sentido que pessoas em nome de princípios religiosos imponham proibições para pessoas que não pensem como elas.
O aborto é um direito das mulheres de decidirem sobre seu corpo e sua vida. Nenhuma mulher é obrigada a fazer um aborto e quem for contra poderá manter sua opinião, seguir seus valores e religião. Mas aquelas que tiverem uma gravidez não planejada devem ser respeitadas na sua decisão, e o Estado deve garantir a possibilidade destas de interromper a gravidez sem correr risco de morte ou ir para a cadeia. Nenhuma mulher deve ser perseguida, humilhada, condenada ou presa pela prática do aborto.
Comentário geral
Trata-se de uma ótima redação, que revela domínio do gênero dissertativo, capacidade argumentativa e extenso repertório cultural. O texto indica que a autora tem autonomia em relação à utilização da norma escrita, ainda que apresente um ou outro deslize. Problemas pontuais no emprego de iniciais maiúsculas e no uso indevido da vírgula estão sublinhados no texto.Aspectos pontuais
1) Para maior clareza, seria interessante dividir o segundo parágrafo em dois períodos, no trecho assinalado em vermelho. No segundo período, a repetição da palavra "números" poderia ser evitada. Observe nossa sugestão: "Se houvesse a legalização, poderíamos ter números oficiais de abortamentos e controlá-los para diminuir esses índices."2) No terceiro parágrafo, o pronome relativo "que" poderia ser retomado no trecho assinalado em vermelho: "e que acabam (...)".
3) Atenção à regência do verbo preferir, no quarto parágrafo. Prefere-se sempre uma coisa a outra; preferível segue a mesma norma: "É preferível a mulher assumir (...) a fazer esta criança passar por maus tratos e sofrer."
http://educacao.uol.com.br/bancoderedacoes/redacao/ult4657u406.jhtm
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