segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

REDAÇÃO NOTA 10: O aborto deve ou não deve ser legalizado? Por quê?

TEXTO MOTIVADOR: Há muitos anos, as nações discutem questões científicas, éticas, morais e religiosas que envolvem o aborto. Ele é legalizado e feito de forma segura em vários países, mas é ilegal e visto como grave crime em outros. Muitas mulheres (de todas as classe sociais e religiões) já interromperam uma gravidez indesejada, com ou sem ajuda médica, com ou sem respaldo legal. Uma das principais discussões é se a legalização do aborto diminuiria uma gravíssima questão de saúde pública: as complicações pós-aborto, que são a terceira causa de morte entre mulheres em idade fértil. O que você acha? Por razões médicas ou por escolha pessoal da mulher, o aborto deve ou não ser legalizado?

TÍTULO: A Decisão é da Mulher

Legalizar o aborto significa que nenhuma mulher poderá ser presa por esta prática e que o Estado estará obrigado a garantir assistência à saúde desta mulher na rede pública. Porém muitas pessoas e principalmente entidades religiosas acreditam que aprovar determinada lei significa um crime contra a vida e fazer apologia ao aborto.

A criminalização do aborto faz com que as clínicas clandestinas lucrem no comércio ilegal de abortamentos e milhares de mulheres morram por ano ao realizarem o aborto na clandestinidade, se houvesse a legalização, poderíamos ter números oficiais de abortamentos e controlá-los para diminuir esses números.

São as mulheres pobres, as [pobres as] maiores vítimas da criminalização do aborto. São elas que morrem por não ter dinheiro para pagar por um aborto em clínicas clandestinas caríssimas e acabam por realizar abortos em situações desumanas, sem terem um acompanhamento médico antes, durante e depois do aborto.

Legalizar o aborto não significa incentivá-lo e sim poder reforçar campanhas de educação sexual para evitá-lo. A maternidade só será plena se for voluntária, livre e desejada, por isso é preferível a mulher assumir que não está pronta para trazer uma criança ao mundo do que fazer esta criança passar por maus tratos e sofrer. Não faz sentido que pessoas em nome de princípios religiosos imponham proibições para pessoas que não pensem como elas.

O aborto é um direito das mulheres de decidirem sobre seu corpo e sua vida. Nenhuma mulher é obrigada a fazer um aborto e quem for contra poderá manter sua opinião, seguir seus valores e religião. Mas aquelas que tiverem uma gravidez não planejada devem ser respeitadas na sua decisão, e o Estado deve garantir a possibilidade destas de interromper a gravidez sem correr risco de morte ou ir para a cadeia. Nenhuma mulher deve ser perseguida, humilhada, condenada ou presa pela prática do aborto.

Comentário geral

Trata-se de uma ótima redação, que revela domínio do gênero dissertativo, capacidade argumentativa e extenso repertório cultural. O texto indica que a autora tem autonomia em relação à utilização da norma escrita, ainda que apresente um ou outro deslize. Problemas pontuais no emprego de iniciais maiúsculas e no uso indevido da vírgula estão sublinhados no texto.

Aspectos pontuais

1) Para maior clareza, seria interessante dividir o segundo parágrafo em dois períodos, no trecho assinalado em vermelho. No segundo período, a repetição da palavra "números" poderia ser evitada. Observe nossa sugestão: "Se houvesse a legalização, poderíamos ter números oficiais de abortamentos e controlá-los para diminuir esses índices."

2) No terceiro parágrafo, o pronome relativo "que" poderia ser retomado no trecho assinalado em vermelho: "e que acabam (...)".

3) Atenção à regência do verbo preferir, no quarto parágrafo. Prefere-se sempre uma coisa a outra; preferível segue a mesma norma: "É preferível a mulher assumir (...) a fazer esta criança passar por maus tratos e sofrer."

http://educacao.uol.com.br/bancoderedacoes/redacao/ult4657u406.jhtm

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