[...] Para Aristóteles, a causa final
do homem, seu objetivo supremo é a felicidade. Ela não é um forte prazer que se
esvai logo em seguida; ao contrário, deve ser algo perene e tranqüilo, sem
excessos, pois o excesso faz com que uma boa ação torne-se seu oposto. Uma
pessoa amável em demasia, por exemplo, não passa de um incômodo bajulador.
Atingir a felicidade depende então de uma conduta moral moderada, sem excesso,
baseada no que Aristóteles denomina “meio-termo”. Tal conduta deve ser forjada
pelo hábito, de modo análogo ao atleta que se forma por repetidos exercícios.
Habituar-se a uma boa conduta é ter bons costumes, e isso vale muito mais do
que praticar uma série de ações isoladas. Tal hábito é adquirido, sobretudo,
pelo exercício do intelecto, que no campo moral, aspira ao que é razoável. A
felicidade, em suma, obtém-se por meio da vida contemplativa, uma vida
intelectual sossegada, longe das perturbações do cotidiano. [...] Em o Sistema da
Natureza, Paul Heinrich Thiry, barão de Holbach, defende teses
materialistas: as matérias distinguem-se umas das outras por propriedades
qualitativamente diferentes, e compõem todos os seres, cuja série ordenada é a
natureza. Em tal série não há nenhuma causa final – mera superstição inventada
por sacerdotes –, e se os homens buscam certos valores como fim é porque
desejam o prazer e rejeitam a dor. Para Holbach, a religião, que impede a
realização do prazer, é antinatural; o que importa é, contra isso, reorganizar
e reformar a sociedade de tal maneira que cada um possa sentir prazer em
desejar o bem estar dos outros.
HISTÓRIA DA FILOSOFIA. São Paulo: Nova Cultural, 2004. p. 63 e
268. (Coleção Os Pensadores). [Adaptado].
A felicidade começa no cérebro. Faça algo bem feito, receba um
agrado ou um carinho ou ache graça em uma piada, e seu sistema de recompensa se
encarrega de fazer com que as regiões do cérebro que cuidam de movimentos
automáticos – aqueles que fazemos sem precisar pensar – estampem um belo
sorriso em seu rosto. A neurociência explica: um trabalho recente mostrou que o
sorriso genuíno já basta para ativar o córtex da insula, região do cérebro que
nos dá sensações subjetivas como a do bem-estar. Ver alguém sorrir também
funciona. Um sorriso no rosto de quem fala com você aciona as mesmas áreas do
cérebro responsáveis pelo seu próprio sorriso. [...] É como se ver alguém
sorrindo bastasse para você se sentir sorrindo por dentro também. Uma vez que
seu cérebro repete por dentro o sorriso que ele vê por fora, o bem-estar do
outro é contagiante. Felicidade gera felicidade: ela passa de um cérebro para o
próximo por meio do sorriso.
HERCULANO – HOUZEL, Suzana. A beleza do sorriso. Folha de S.
Paulo, São Paulo,17 ago. 2006, p. 5. Equilíbrio [Adaptado].
Em respostas obtidas na pesquisa do Datafolha, 76% dizem-se
felizes e 22% se dizem mais ou menos felizes, e comparando os números aos
obtidos quando tinham de falar da felicidade dos outros, ficamos surpresos com
a diferença. Só 28% dos entrevistados vêem felicidade na vida desses outros, e
55% os acham mais ou menos felizes. Pode parecer paradoxal, mas não é absurdo.
Quando falo da minha felicidade, falo de esperança e futuro. Quando falo dos
outros, idealizo menos.
MAUTNER, Ana Verônica. Felicidade vai-se embora. Folha de S.
Paulo, São Paulo, 10 set. 2006, p. C1.
Com este objetivo de medir o grau de felicidade de uma população,
a New Economics Foundation (NEF), em parceria com a organização ambiental
Friends of the Earth, decidiu criar um ranking diferente: o índice
Planeta Feliz (IPF). No total, 178 países se classificaram a partir de um
critério curioso: a comparação entre a expectativa de vida, o sentimento de
alegria na população e quantidade de recursos naturais consumidos no País.
[...] O primeiro lugar, ficou com o desconhecido Vanuatu, um arquipélago no
Oceano Pacífico, formado por 83 ilhas e com uma população total de 211 mil
habitantes, que vivem da pesca, agricultura e de um turismo ainda pouco
explorado. Para estar no topo do IPF, os vanuatenses preservam suas praias e
florestas e se declaram satisfeitos com a própria vida. Inversamente, os países
mais ricos do mundo, como Estados Unidos (150o) e França (129o) ocupam as
últimas posições devido ao consumismo desenfreado de sua população, que destrói
o ambiente e não é capaz de deixar seus cidadãos felizes. O Brasil ocupa a 63o
colocação, coincidentemente a mesma
posição em que está no ranking de Desenvolvimento Humano da Organização
das Nações Unidas (ONU).
Felicidade: é realmente possível atingi-la. Filosofia, ciência
e vida. São Paulo: Escala, ano 1, n. 2, 2006. p. 36.[Adaptado].
Daniel Gilbert, professor de psicologia da Universidade de
Harvard, levanta uma bela questão: estamos apostando todas as nossas fichas em
lugares errados na tentativa de sermos felizes. Fazemos planos de comprar uma
casa, ter filhos, ganhar mais dinheiro, ser mais reconhecidos
profissionalmente, uma série de outros projetos que, para ele, não serão
necessariamente sinônimo de felicidade no futuro. Gilbert propõe o seguinte
exercício: “Pense que você só tem mais 10 minutos de vida. O que faria com esse
tempo?” [...] Imagine quais seriam suas respostas – segundo Gilbert, elas vão
retratar exatamente tudo o que você dá valor hoje em dia. É de arrepiar.
SGARIONI, Marina. A tal felicidade. Emoção e inteligência. São
Paulo: Abril. n. 9, 2006. p. 61. [Adaptado].
Refletindo sobre aspectos como os
acima sugeridos, escolhendo entre eles os que você julgue mais pertinentes ou, caso
ache necessário, levantando outros aspectos que você considere mais relevantes
para tratar do tema proposto, redija uma DISSERTAÇÃO-ARGUMENTATIVA, sobre
o tema: AS VERDADEIRAS RAZÕES PARA SEER
FELIZ, apresentando argumentos que dêem consistência e objetividade ao seu
ponto de vista.
tem que falar a lingua humana pros humanos entenderem o que esta ecrito aí
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