Meio ambiente
e ecologia são assuntos normalmente incômodos para líderes governamentais, pois
colocam em evidência a difícil relação entre a sociedade de consumo e a
natureza. Com o culto ao novo, ao tecnológico, produtos que poderiam durar anos
passam a ser descartados em tempos curtíssimos e de modo irregular, acelerando
a geração de lixo. O uso desenfreado do plástico é outro problema, pois seu longo
período de vida faz com que os danos à natureza sejam agravados. Pressionados
por defensores do meio ambiente, órgãos do governo criam, às vezes, medidas
isoladas, como a que proibiu a distribuição de sacolinhas plásticas em
supermercados e outros pontos comerciais. Mas, afinal, o lixo é
responsabilidade de quem? Que problemas ele pode trazer futuramente para a
sociedade? O que precisa ser feito para que o lixo não provoque estragos ainda
maiores ao meio ambiente e, consequentemente, à vida no planeta? Leia os textos
da coletânea e depois redija uma DISSERTAÇÃO-ARGUMENTATIVA sobre o tema: A questão do lixo nas sociedades de
consumo.
Por uma
vida menos plástica?
Desde os anos 1970, as sacolinhas cumprem duas funções essenciais
na rotina dos brasileiros. Servem para carregar as compras do supermercado e
embalar o lixo doméstico.
O problema, alertam os ambientalistas, surge na hora do descarte do produto. Essas mesmas sacolas plásticas, por descuido ou desleixo, entopem bueiros, causando alagamentos nas cidades.
Seu longo ciclo de vida (demoram mais de 100 anos para se degradarem) faz ainda com que abarrotem aterros sanitários, onde correspondem a até 10% do lixo. Carregadas para rios e mares, as sacolinhas poluem o ecossistema e matam por asfixia ou indigestão animais marinhos, como peixes, aves e tartarugas.
O fato é que a natureza simplesmente não conseguiu, até agora, encontrar um meio de digerir com eficiência esses "monstros" de polietileno. A solução, então, seria a sociedade livrar-se deste incômodo. Mas como?
Algumas prefeituras e governos de Estados brasileiros tentaram criar leis que proibissem o fornecimento de sacolinhas em supermercados. Representantes da indústria de plástico recorreram à Justiça, que por sua vez considerou os projetos de lei inconstitucionais.
[UOL Educação: Atualidades]
O problema, alertam os ambientalistas, surge na hora do descarte do produto. Essas mesmas sacolas plásticas, por descuido ou desleixo, entopem bueiros, causando alagamentos nas cidades.
Seu longo ciclo de vida (demoram mais de 100 anos para se degradarem) faz ainda com que abarrotem aterros sanitários, onde correspondem a até 10% do lixo. Carregadas para rios e mares, as sacolinhas poluem o ecossistema e matam por asfixia ou indigestão animais marinhos, como peixes, aves e tartarugas.
O fato é que a natureza simplesmente não conseguiu, até agora, encontrar um meio de digerir com eficiência esses "monstros" de polietileno. A solução, então, seria a sociedade livrar-se deste incômodo. Mas como?
Algumas prefeituras e governos de Estados brasileiros tentaram criar leis que proibissem o fornecimento de sacolinhas em supermercados. Representantes da indústria de plástico recorreram à Justiça, que por sua vez considerou os projetos de lei inconstitucionais.
[UOL Educação: Atualidades]
A
multiplicação do lixo
Produzido anualmente pela Abrelpe - Associação Brasileira de
Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais, o Panorama dos Resíduos
Sólidos no Brasil referente ao ano de 2010 não trouxe boas notícias aos
brasileiros: o estudo mostrou que, no ano em que foi criada a PNRS - Política
Nacional de Resíduos Sólidos, a produção e destinação final do lixo brasileiro
sofreu retrocessos.
Segundo a pesquisa, o volume de RSU - Resíduos Sólidos Urbanos gerado em 2010 pela população é 6,8% superior ao registrado pelo Panorama em 2009. Foram quase 61 milhões de toneladas de lixo produzidos nos últimos doze meses e o aumento populacional no país não é desculpa para esse crescimento: o estudo mostrou que a geração de resíduos aumentou seis vezes mais do que a população em 2010, o que significa que, no ano, cada brasileiro produziu, sozinho, uma média de 378 kg de lixo.
E as más notícias não param por aí: o Panorama concluiu, ainda, que a quantidade de RSU com destinação inadequada aumentou quase dois milhões de toneladas, com relação a 2009: foram 23 milhões de toneladas encaminhadas a lixões e aterros controlados - que, por não possuírem mecanismos adequados de disposição e armazenamento do lixo, contaminam o solo e a água - contra 21,7 milhões, em 2009.
[Planeta Sustentável]
Segundo a pesquisa, o volume de RSU - Resíduos Sólidos Urbanos gerado em 2010 pela população é 6,8% superior ao registrado pelo Panorama em 2009. Foram quase 61 milhões de toneladas de lixo produzidos nos últimos doze meses e o aumento populacional no país não é desculpa para esse crescimento: o estudo mostrou que a geração de resíduos aumentou seis vezes mais do que a população em 2010, o que significa que, no ano, cada brasileiro produziu, sozinho, uma média de 378 kg de lixo.
E as más notícias não param por aí: o Panorama concluiu, ainda, que a quantidade de RSU com destinação inadequada aumentou quase dois milhões de toneladas, com relação a 2009: foram 23 milhões de toneladas encaminhadas a lixões e aterros controlados - que, por não possuírem mecanismos adequados de disposição e armazenamento do lixo, contaminam o solo e a água - contra 21,7 milhões, em 2009.
[Planeta Sustentável]
Prédios
acumulam lixo reciclável por falta de coleta
São Paulo - Os condomínios da cidade de São Paulo têm acumulado
lixo reciclável por falta de coleta seletiva. A demanda está cada vez maior,
mas a estrutura da Prefeitura, com 21 centrais de triagem, não consegue atender
ao processamento diário de todo o material produzido na capital. Os síndicos
jogam o lixo que poderia ser reciclado com os detritos comuns.
De 2009 para 2011, o volume médio de resíduos coletados diariamente na cidade de São Paulo teve um aumento de 12,5%. Passou de 16 mil toneladas por dia para 18 mil. A quantidade de itens enviados para a reciclagem, porém, continua por volta de 1% do total. Passou de 120 toneladas (0,71%) por dia em 2009, para 214 (1,13%) em 2011. "O ideal é que a cidade estivesse reciclando cerca de 25% do total do lixo produzido", disse a arquiteta e urbanista Nina Orlow, da Rede Nossa São Paulo. De acordo com Nina, a cidade precisa fazer um estudo gravimétrico (separação e pesagem) do lixo coletado diariamente, o que traduz o porcentual de cada componente recolhido.
[Estadão]
De 2009 para 2011, o volume médio de resíduos coletados diariamente na cidade de São Paulo teve um aumento de 12,5%. Passou de 16 mil toneladas por dia para 18 mil. A quantidade de itens enviados para a reciclagem, porém, continua por volta de 1% do total. Passou de 120 toneladas (0,71%) por dia em 2009, para 214 (1,13%) em 2011. "O ideal é que a cidade estivesse reciclando cerca de 25% do total do lixo produzido", disse a arquiteta e urbanista Nina Orlow, da Rede Nossa São Paulo. De acordo com Nina, a cidade precisa fazer um estudo gravimétrico (separação e pesagem) do lixo coletado diariamente, o que traduz o porcentual de cada componente recolhido.
[Estadão]
O outro
lado
Miguel Bahiense, presidente da Plastivida e do INP expressa
opinião sobre matéria “Seis pecados da sacola plástica'”, publicada no portal
Exame.com no dia 14 de junho de 2011
Hoje, o Brasil conta com uma indústria de reciclagem de plásticos ociosa em mais de 30% uma vez que o país não conta com processos de coleta seletiva adequados para que menos materiais que podem ser reutilizados acabem nos lixões e aterros. A saída está na educação e na responsabilidade compartilhada – indústria, varejo, população e governo fazendo sua parte para adequar a questão do consumo e do descarte.
Apenas 0,2% do peso de um aterro sanitário é composto por sacolas plásticas. Pior, mais do que 60% do peso de um aterro sanitário é material orgânico. É recomendação dos órgãos de saúde que o lixo seja embalado em plástico, evitando que o lixo vaze e se espalhe. Isso evita doenças e contaminações, tanto humanas, quanto ambientais. Também é recomendado que o lixo seja colocado em lixeiras suspensas e o mais próximo possível do horário da coleta. Ações simples que evitam que as sacolas sejam agentes na enchente. Sacolas não foram feitas para estarem na natureza. E não vão parar lá sozinhas. É por isso que insistimos na tese de que sem a educação ações isoladas não surtirão efeito.
Os plásticos, além de 100% recicláveis, são inertes, o que significa que não emitem nada – nem mesmo CO2 (Dióxido de carbono), emitido no caso das sacolas biodegradáveis, que também podem emitir CH4 (metano). O Carbono contido na sacola comum é estável, ou seja, não se transforma nem em CO2 nem em CH4. Sacos plásticos são fabricados com PE (polietileno), nada tem haver com bisfenol-A (BPA) e oligômero (PS).
Não há alternativas consistentes para substituir as sacolas plásticas. Econômicas, duráveis, resistentes, práticas, higiênicas e inertes, são reutilizáveis e 100% recicláveis. Pesquisa do Ibope confirma que 100% das sacolas plásticas são reutilizadas, especialmente como saco de lixo, 71% constituem as embalagens preferidas da população para transportar suas compras e 75% das donas de casa são a favor do seu fornecimento pelo varejo.
[Revista Exame
- Texto adaptado
Hoje, o Brasil conta com uma indústria de reciclagem de plásticos ociosa em mais de 30% uma vez que o país não conta com processos de coleta seletiva adequados para que menos materiais que podem ser reutilizados acabem nos lixões e aterros. A saída está na educação e na responsabilidade compartilhada – indústria, varejo, população e governo fazendo sua parte para adequar a questão do consumo e do descarte.
Apenas 0,2% do peso de um aterro sanitário é composto por sacolas plásticas. Pior, mais do que 60% do peso de um aterro sanitário é material orgânico. É recomendação dos órgãos de saúde que o lixo seja embalado em plástico, evitando que o lixo vaze e se espalhe. Isso evita doenças e contaminações, tanto humanas, quanto ambientais. Também é recomendado que o lixo seja colocado em lixeiras suspensas e o mais próximo possível do horário da coleta. Ações simples que evitam que as sacolas sejam agentes na enchente. Sacolas não foram feitas para estarem na natureza. E não vão parar lá sozinhas. É por isso que insistimos na tese de que sem a educação ações isoladas não surtirão efeito.
Os plásticos, além de 100% recicláveis, são inertes, o que significa que não emitem nada – nem mesmo CO2 (Dióxido de carbono), emitido no caso das sacolas biodegradáveis, que também podem emitir CH4 (metano). O Carbono contido na sacola comum é estável, ou seja, não se transforma nem em CO2 nem em CH4. Sacos plásticos são fabricados com PE (polietileno), nada tem haver com bisfenol-A (BPA) e oligômero (PS).
Não há alternativas consistentes para substituir as sacolas plásticas. Econômicas, duráveis, resistentes, práticas, higiênicas e inertes, são reutilizáveis e 100% recicláveis. Pesquisa do Ibope confirma que 100% das sacolas plásticas são reutilizadas, especialmente como saco de lixo, 71% constituem as embalagens preferidas da população para transportar suas compras e 75% das donas de casa são a favor do seu fornecimento pelo varejo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário