domingo, 10 de abril de 2011

ARTE CONCEITUAL

A arte conceitual define-se como o movimento artístico que defende a superioridade das idéias veiculadas pela obra de arte, deixando os meios usados para criar em lugar secundário.
Christo - castelo empacotado

O artista Sol LeWitt definiu-a como:

"Na arte conceitual, a ideia ou conceito é o aspecto mais importante da obra. Quando um artista usa uma forma conceitual de arte, significa que todo o planejamento e decisões são tomadas antecipadamente, sendo a execução um assunto secundário. A ideia torna-se a máquina que origina a arte."

Esta perspectiva artística teve os seus inícios em meados da década de 1960, contudo, já a obra do artista francês Marcel Duchamp, nas décadas de 1910 e 1920 tinha prenunciado o movimento conceitualista, ao propor vários exemplos de trabalhos que se tornariam o protótipo das obras conceituais, como os readymades, ao desafiar qualquer tipo de categorização, colocando-se mesmo a questão de não serem objetos artísticos.

Smithson

A arte conceitual recorre frequentemente ao uso de fotografias, mapas e textos escritos (como definições de dicionário). Em alguns casos, como no de Sol Lewitt, Yoko Ono (grupo Fluxus) e Lawrence Weiner, reduz-se a um conjunto de instruções escritas que descrevem a obra, sem que esta se realize de fato, dando ênfase à ideia no lugar do artefato. Alguns artistas tentam, também, desta forma, mostrar a sua recusa em produzir objetos de luxo - função geralmente ligada à ideia tradicional de arte - como os que podemos ver em museus.
Sua ênfase durou até os anos 80, porém é muito praticada até hoje.

Borofsky
Apesar das diferenças pode-se dizer que a arte conceitual é uma tentativa de revisão da noção de obra de arte arraigada na cultura ocidental. A arte deixa de ser primordialmente visual, feita para ser olhada, e passa a ser considerada como idéia e pensamento. Muitos trabalhos que usam a fotografia, xerox, filmes ou vídeo como documento de ações e processos, geralmente em recusa à noção tradicional de objeto de arte, são designados como arte conceitual. Além da crítica ao formalismo, artistas conceituais atacam ferozmente as instituições, o sistema de seleção de obras e o mercado de arte.

Borofsky

George Maciunas (1931 - 1978), um dos fundadores do Fluxus, redige em 1963 um manifesto em que diz: "Livrem o mundo da doença burguesa, da cultura 'intelectual', profissional e comercializada. Livrem o mundo da arte morta, da imitação, da arte artificial, da arte abstrata. Promovam uma arte viva, uma antiarte, uma realidade não artística, para ser compreendida por todos [...]". A contundente crítica ao materialismo da sociedade de consumo, elemento constitutivo das performances e ações do artista alemão Joseph Beuys (1912 - 1986), pode ser compreendida como arte conceitual.

 

Joseph Beuys

 
A década de 70 se caracteriza pela expansão da arte conceitual, isto é, da arte como idéia, através de meios anartísticos, operando com o corpo em performances, com novos meios tecnológicos, Multimeios e uma outra modalidade espacial e fragmentada de trabalho - Instalação. Há a aplicação de novas tecnologias que se associam à operação conceitual do artista, como arte e computador. Ocorre nessa época a revitalização do pensamento de Marcel Duchamp condenando a pintura, que para ele se situava muito aquém das possibilidades criativas do ser humano. HAPPENING, Intervenção, instalação, eat art, perfomance.

Beuys
É interessante notar que na Arte Conceitual o público é obrigado a deixar de ser apenas um observador passivo pois o entendimento da obra de arte não é mais direto. O público também é obrigado a refletir e sair da confortável situação de saber, por antecipação, avaliar se uma obra de arte é “ruim” ou “boa”.

Smithson

Não é mais Possível ir a uma exposição e dizer “essa paisagem está bem composta, a pintura é de qualidade”.
Questões clássicas das artes plásticas como a composição, estudo de cor e a uso da luz podem não ter sentido nenhum na arte conceitual.

Christo


FONTES:





Nenhum comentário:

Postar um comentário