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quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Exercícios sobre o Trovadorismo / Classicismo


1. Sobre a poesia trovadoresca em Portugal, é INCORRETO afirmar que:

a) refletiu o pensamento da época, marcada pelo teocentrismo, o feudalismo e valores altamente moralistas.
b) representou um claro apelo popular à arte, que passou a ser representada por setores mais baixos da sociedade.
c) pode ser dividida em lírica e satírica.
d) em boa parte de sua realização, teve influência provençal.
e) as cantigas de amigo, apesar de escritas por trovadores, expressam o eu-lírico feminino.

2. Assinale a alternativa INCORRETA com relação à Literatura Portuguesa:


a) O ambiente das cantigas de amor é sempre o palácio, com o trovador declarando seu amor por uma dama (tratada de "senhor", isto é, senhora). Daí o relacionamento respeitoso, cortês, dentro dos mais puros padrões medievais que caracterizam a vassalagem, a servidão amorosa.
b) O teatro vicentino é basicamente caracterizado pela sátira, criticando o comportamento de todas as camadas sociais: a nobreza, o clero e o povo. Gil Vicente não tem preocupação de fixar tipos psicológicos, e sim a de fixar tipos sociais.
c) O marco inicial do Romantismo em Portugal é a publicação do poema "Camões". Todavia, a nova estética literária só viria a se firmar uma década depois, com a Questão Coimbrã, quando se aceitou o papel revolucionário da nova poesia e a independência dos novos poetas em relação aos velhos mestres.
d) Eça de Queirós, em sua obra, dedica-se a montar um vasto painel da sociedade portuguesa, retratada em seus múltiplos aspectos: a cidade provinciana; a influência do clero; a média e a alta burguesia de Lisboa; os intelectuais e a aristocracia.
e) A mais rica, densa e intrigante faceta da obra de Fernando Pessoa diz respeito ao fenômeno da heteronímia que deu aos poetas Alberto Caeiro, Ricardo Reis e Álvaro de Campos biografias, características, traços de personalidade e formação cultural diferentes.


3) (Vunesp) - Assinale a alternativa INCORRETA com relação à Literatura Portuguesa:

a) O ambiente das cantigas de amor é sempre o palácio, com o trovador declarando seu amor por uma dama (tratada de "senhor", isto é, senhora). Daí o relacionamento respeitoso, cortês, dentro dos mais puros padrões medievais que caracterizam a vassalagem, a servidão amorosa.

b) o teatro vicentino é basicamente caracterizado pela sátira, criticando o comportamento de todas as camadas sociais: a nobreza, o clero e o povo. Gil Vicente não tem preocupação de fixar tipos psicológicos, e sim a de fixar tipos sociais.

c) o marco inicial do Romantismo em Portugal é a publicação do poema "Camões". Todavia, a nova estética literária só viria a se firmar uma década depois com a Questão Coimbrã, quando se aceitou o papel revolucionário da nova poesia e a independência dos novos poetas em relação aos velhos mestres.

d) Eça de Queirós, em sua obra, dedica-se a montar um vasto painel da sociedade portuguesa, retratada em seus múltiplos aspectos: a cidade provinciana; a influência do clero; a média e a alta burguesia de Lisboa; os intelectuais e a aristocracia.

e) A mais rica, densa e intrigante faceta da obra de Fernando Pessoa diz respeito ao fenômeno da heteronímia que deu aos poetas Alberto Caeiro, Ricardo Reis e Álvaro de Campos biografias, características, traços de personalidade e formação cultural diferentes.


4) (Mackenzie) - Assinale a alternativa INCORRETA a respeito das cantigas de amor.

a) O ambiente é rural ou familiar.
b) O trovador assume o eu-lírico masculino: é o homem quem fala.
c) Têm origem provençal.
d) Expressam a "coita" amorosa do trovador, por amar uma dama inacessível.
e) A mulher é um ser superior, normalmente pertencente a uma categoria social mais elevada que a do trovador.

5. Em meados do século XIV, a poesia trovadoresca entra em decadência, surgindo, em seu lugar, uma nova forma de poesia, totalmente distanciada da música, apresentando amadurecimento técnico, com novos recursos estilísticos e novas formas poemáticas, como a trova, a esparsa e o vilancete.

Assinale a alternativa em que há um trecho representativo de tal tendência.

a) Non chegou, madre, o meu amigo,
e oje est o prazo saido!
Ai, madre, moiro d'amor!

b) Êstes olhos nunca perderán,
senhor, gran coita, mentr'eu vivo fôr;
e direi-vos fremosa, mia senhor,
dêstes meus olhos a coita que han:
choran e cegan, quand'alguém non veen,
e ora cegan por alguen que veen.

c) Meu amor, tanto vos amo,
que meu desejo não ousa
desejar nehua cousa.
Porque, se a desejasse,
logo a esperaria,
e se eu a esperasse,
sei que vós anojaria:
mil vezes a morte chamo
e meu desejo não ousa
desejar-me outra cousa.

d) Amigos, non poss'eu negar
a gran coita que d'amor hei,
ca me vejo sandeu andar,
e con sandece o direi:
os olhos verdes que eu vi
me fazen ora andar assi.

e) Ai! dona fea, foste-vos queixar
por (que) vos nunca louv'em meu cantar;
mais ora quero fazer um cantar,
em que vos loarei toda via;
e vedes como vos quero loar.
dona fea, velha e sandia!


6. -“Ai, flores, ai flores do verde ramo,
se sabedes novas do meu amado?
Ai, Deus, e u é?”

Escreva as palavras que completam os espaços.
Os versos acima pertencem a uma _____________, característica do ____________ português, estética literária dos séculos XII, XIII e XIV.

7. Coube ao século XIX a descoberta surpreendente da nossa época lírica. Em 1904, com a edição crítica e comentada do Cancioneiro da Ajuda, por Carolina Michaëlis de Vasconcelos, tivemos grande visão de conjunto do valiosíssimo espólio descoberto. (Costa Pimpão)

a) Qual é essa “primeira época lírica” portuguesa?
b) Que tipos de composições poéticas se cultivam nessa época?
8. No contexto das cantigas de amor, o que significa a coita?
9. Nas cantigas de amor:

a) o trovador expressa um amor à mulher amada, encarando-a como um objeto acessível a seus anseios.
b) o trovador velada ou abertamente ironiza personagens da época.
c) o “eu-lírico” é feminino, expressando a saudade da ausência do amado.
d) o poeta pratica a vassalagem amorosa, pois, em postura platônica, expressa seu amor à mulher amada.
e) existe a expressão de um sentimento feminino, apesar de serem escritas por homens.

10. “Ua dona, nom digu’eu qual,
non agoirou ogano mal
polas oitavas de Natal:
ia por as missa oir
e ouv’un corvo carnaçal,
e non quis da casa sair...”
(Joan Airas de santiago, século XIII)

O fragmento acima pertence a uma cantiga de escárnio. Por que não pode ser classificado como uma cantiga de maldizer?


Respostas : 1B, 2C, 3, C, 4A, 5 C, 6 Cantiga de amigo, Trovadorismo, 7a) Trovadorismo b) Cantigas líricas e satíricas, 8.Coita é o sofrimento amoroso, provocado pelo amor não correspondido, 9D, 10. Ele não pode ser considerado uma cantiga de maldizer porque não apresenta uma sátira direta, ou seja, não permite a identificação da pessoa criticada e também não apresenta um vocabulário chulo.

Fonte: https://sites.google.com/



Classicismo
1) (Fuvest) - "Já vai andando a récua dos homens de Arganil, acompanham-nos até fora da vila as infelizes, que vão clamando, qual em cabelo, Ó doce e amado esposo, e outra protestando, Ó filho, a quem eu tinha só para refrigério e doce amparo desta cansada já velhice minha, não se acabavam as lamentações, tanto que os montes de mais perto respondiam, quase movidos de alta piedade (...)".

(J. SARAMAGO, 'Memorial do convento')

Em muitas passagens do trecho transcrito, o narrador cita textualmente palavras de um episódio de Os Lusíadas, visando a criticar o mesmo aspecto da vida de Portugal que Camões, nesse episódio, já criticava. O episódio camoniano citado e o aspecto criticado são, respectivamente,

a) O Velho do Restelo; a posição subalterna da mulher na sociedade tradicional portuguesa.
b) Aljubarrota; a sangria populacional provocada pelos empreendimentos coloniais portugueses.
c) Aljubarrota; o abandono dos idosos decorrente dos empreendimentos bélicos, marítimos e suntuários.
d) O Velho do Restelo; o sofrimento popular decorrente dos empreendimentos dos nobres.
e) Inês de Castro; o sofrimento feminino causado pelas perseguições da Inquisição.

2) (Fuvest) - I.

''Entre brumas, ao longe, surge a aurora.
O hialino orvalho aos poucos se evapora,
Agoniza o arrebol.
A catedral ebúrnea do meu sonho
Aparece, na paz do céu risonho,
Toda branca de sol"

II.

"Quando em meu peito rebentar-se a fibra,
Que o espírito enlaça à dor vivente,
Não derramem por mim nem uma lágrima
Em pálpebra demente."

III.

"Por um lado te vejo como um seio murcho
pelo outro como um ventre de cujo umbigo pende
[ainda o cordão placentário.
És vermelha como o amor divino
Dentro de ti em pequenas pevides
Palpita a vida prodigiosa
Infinitamente."


IV.

"Transforma-se o amador na cousa amada,
Por virtude do muito imaginar;
Não tenho logo mais que desejar,
Pois em mim tenho a parte desejada."

Na ordem em que estão transcritos, os fragmentos se enquadram respectivamente nos seguintes movimentos literários:

a) I. Simbolismo, II. Romantismo, III. Modernismo, IV. Classicismo;
b) I. Modernismo, II. Simbolismo, III Classicismo, IV. Romantismo;
c) I. Romantismo, II. Modernismo, III. Simbolismo, IV. Classicismo;
d) I. Classicismo, II. Romantismo, III. Modernismo, IV. Simbolismo;
e) I. Simbolismo, II. Classicismo, III. Romantismo, IV. Modernismo.


3) (Fuvest) - "Amor é um fogo que arde sem se ver,
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente,
É dor que desatina sem doer."

De poeta muito conhecido, está é a primeira estrofe de um poema que parece comprazer-se com o paradoxo, enfeixando sensações contraditórias do sentimento humano, se examinadas sob o prisma da razão.

Indique, na relação a seguir, o nome do autor.
a) Bocage.
b) Camilo Pessanha.
c) Gil Vicente.
d) Luís de Camões.
e) Manuel Bandeira.

4) (Uelondrina) - A chamada atividade literária das primeiras décadas de nossa formação histórica caracterizou-se por seu cunho pragmático estrito, seja a circunscrita ao parâmetro jesuítico, seja a decorrente de viagens de reconhecimento e informação da terra.

São representantes dos dois tipos de atividade literária referidos no excerto acima:
a) Gregório de Matos e Cláudio Manuel da Costa.
b) Antônio Vieira e Tomás Antônio Gonzaga.
c) José de Anchieta e Gabriel Soares de Sousa.
d) Bento Teixeira e Gonçalves de Magalhães.
e) Basílio da Gama e Gonçalves Dias.

5) (Mackenzie) - O tom pessimista apresentado por Camões no epílogo de "Os Lusíadas" aparece em outro momento do poema.

Isso acontece no episódio:
a) do Gigante Adamastor.
b) do Velho do Restelo.
c) de Inês de Castro.
d) dos Doze de Inglaterra.
e) do Concílio dos Deuses.

6) (Uelondrina) - À curiosidade geográfica e humana e ao desejo de conquista e domínio corresponde, inicialmente, o deslumbramento diante da paisagem exótica e exuberante da terra recém-descoberta, testemunhado pelos cronistas portugueses

a) Gonçalves de Magalhães e José de Anchieta.
b) Pero de Magalhães Gândavo e Gabriel Soares de Sousa.
c) Botelho de Oliveira e José de Anchieta.
d) Gabriel Soares de Sousa e Gonçalves de Magalhães.
e) Botelho de Oliveira e Pero de Magalhães Gândavo.

7) (Fuvest) - Relido o poema de dois quartetos e dois tercetos com versos decassílabos heróicos e esquema rimático abba - abba - cde - cde, e considerada a elaboração estética da linguagem com que é tratado o tema, assinalar a alternativa que nomeia que tipo de poema é, o seu autor e o movimento literário em que este se enquadra:

a) redondilha Gil Vicente - Humanismo
b) soneto - Camões - Classicismo
c) soneto - Gregório de Matos - Barroco
d) lira - Cláudio Manuel da Costa - Arcadismo
e) lira - Camões - Maneirismo

8) (Mackenzie) - Texto 1:

"Sôbolos rios que vão
Por Babilônia, me achei,
Onde sentado chorei
as lembranças de Sião
E quanto nela passei."

Texto 2:

"Enquanto quis Fortuna que tivesse
Esperança de algum contentamento,
O gosto de um suave pensamento
Me fez que seus efeitos escrevesse.

Porém, temendo Amor que aviso desse
Minha escritura a algum juízo isento
Escureceu-me o engenho ao tormento,
Para que seus enganos não dissesse.

Ó vós que Amor obriga a ser sujeitos
A diversas vontades! Quando lerdes
Num breve livro casos tão diversos,

Verdades puras são e não defeitos.
E sabei que, segundo o amor tiverdes,
Tereis o entendimento de meus versos."

Sobre os textos acima, é correto afirmar que:

a) o primeiro faz parte de uma cantiga trovadoresca.
b) ambos pertencem à obra de Camões, sendo o primeiro um exemplo de medida velha e o segundo, de medida nova.
c) o primeiro foi extraído de um auto vicentino e o segundo, de um autor barroco.
d) pertencem ao Cancioneiro Geral de Garcia de Resende.
e) têm aspectos evidentemente barrocos, fazendo parte, portanto, da lírica de Gregório de Matos.

9) (Fuvest) - Na LÍRICA de Camões,
a) o metro usado para a composição dos sonetos é a redondilha maior.
b) encontram-se sonetos, odes, sátiras e autos.
c) cantar a Pátria é o centro das preocupações.
d) encontra-se uma fonte de inspiração de muitos poetas brasileiros do século XX.
e) a Mulher é vista em seus aspectos físicos, despojada de espiritualidade.

10) (Mackenzie) - Assinale a alternativa INCORRETA.

a) Na obra de José de Anchieta, encontram-se poesias que seguem a tradição medieval e textos, para teatro, com clara intenção catequista.
b) A literatura informativa do Quinhentismo brasileiro empenha-se em fazer um levantamento da terra, daí ser predominantemente descritiva.
c) A literatura seiscentista reflete um dualismo: o ser humano dividido entre a matéria e o espírito, o pecado e o perdão.
d) O Barroco apresenta estados de alma expressos através de antíteses, paradoxos, interrogações.
e) O Conceptismo caracteriza-se pela linguagem rebuscada, culta, extravagante, enquanto o Cultismo é marcado pelo jogo de idéias, seguindo um raciocínio lógico, racionalista.

Respostas: 1D, 2A, 3D, 4C, 5B,6B,7B, 8B, 9D,10E

 

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

A roupa na Idade Média

Como será que era a roupa na Idade Média? Com a formação do Império Romano do Oriente, Bizâncio vai ter uma grande influência na moda do Ocidente, assim como os árabes que tomaram grande parte da Península Ibérica.

roupa medieval

No início da Idade Média a vestimenta básica era uma espécie de túnica, mas a partir dos séculos 12 e 13 a coisa começou a ficar mais refinada. O botão começa a ser fabricado em série. Desde a Pré-História se tem notícia da utilização de conchas como botões, mas com o início de sua fabricação em série ele vai incrementar as roupas. Um exemplo?

roupa medieval

Olha este vestido de mulher do século XV. Tinha duas mangas, uma branca e outra verde. Esta última era colocada com botões quando a mulher saía de casa. Quando permanecia no lar, levava umas mangas mais modestas que seriam facilmente lavadas. Porque ter uma roupa naquela época era todo um luxo!

roupa medieval

Uma coisa bem divertida é que eles adoravam um sapato bicudo. Às vezes levavam até um bico de tecido que se desenrolava nos locais de festa.

roupa medieval


Os homens levavam uma espécie de túnica acinturada, e umas médias-calças como estas da figura, e o que se vê em branco eram as antigas “cuecas”. No começo da Idade Média a túnica era bem comprida, mas pouco a pouco foi encurtando.







Chegou um momento que os botões estavam tão na moda, que se utilizavam até como enfeite. Eram costurados em filas nas roupas e eram cada vez mais trabalhados para demonstrar o status da pessoa. Chegou até um ponto, que em 1520, Francisco I (França) luziu, um vestido de veludo preto com 13.000 botões, em seu encontro com Enrique VII (Inglaterra)!!!

Imagens e mais informação:

http://www.historiaviva.org/vestimenta/index.shtml

http://www.educar.org/inventos/botones.asp
http://octisa.com/cm/default.aspx?ver=catalogo&categoria=2&sub=14
http://www.virtue.to/articles/extant.html#1301
http://laropamedieval.blogspot.com/

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Exercícios sobre a era medieval : Trovadorismo


1. Sobre a poesia trovadoresca em Portugal, é INCORRETO afirmar que:

a) refletiu o pensamento da época, marcada pelo teocentrismo, o feudalismo e valores altamente moralistas.
b) representou um claro apelo popular à arte, que passou a ser representada por setores mais baixos da sociedade.
c) pode ser dividida em lírica e satírica.
d) em boa parte de sua realização, teve influência provençal.
e) as cantigas de amigo, apesar de escritas por trovadores, expressam o eu-lírico feminino.

2. Assinale a alternativa INCORRETA com relação à Literatura Portuguesa:


a) O ambiente das cantigas de amor é sempre o palácio, com o trovador declarando seu amor por uma dama (tratada de "senhor", isto é, senhora). Daí o relacionamento respeitoso, cortês, dentro dos mais puros padrões medievais que caracterizam a vassalagem, a servidão amorosa.
b) O teatro vicentino é basicamente caracterizado pela sátira, criticando o comportamento de todas as camadas sociais: a nobreza, o clero e o povo. Gil Vicente não tem preocupação de fixar tipos psicológicos, e sim a de fixar tipos sociais.
c) O marco inicial do Romantismo em Portugal é a publicação do poema "Camões". Todavia, a nova estética literária só viria a se firmar uma década depois, com a Questão Coimbrã, quando se aceitou o papel revolucionário da nova poesia e a independência dos novos poetas em relação aos velhos mestres.
d) Eça de Queirós, em sua obra, dedica-se a montar um vasto painel da sociedade portuguesa, retratada em seus múltiplos aspectos: a cidade provinciana; a influência do clero; a média e a alta burguesia de Lisboa; os intelectuais e a aristocracia.
e) A mais rica, densa e intrigante faceta da obra de Fernando Pessoa diz respeito ao fenômeno da heteronímia que deu aos poetas Alberto Caeiro, Ricardo Reis e Álvaro de Campos biografias, características, traços de personalidade e formação cultural diferentes.


3) (Vunesp) - Assinale a alternativa INCORRETA com relação à Literatura Portuguesa:

a) O ambiente das cantigas de amor é sempre o palácio, com o trovador declarando seu amor por uma dama (tratada de "senhor", isto é, senhora). Daí o relacionamento respeitoso, cortês, dentro dos mais puros padrões medievais que caracterizam a vassalagem, a servidão amorosa.

b) o teatro vicentino é basicamente caracterizado pela sátira, criticando o comportamento de todas as camadas sociais: a nobreza, o clero e o povo. Gil Vicente não tem preocupação de fixar tipos psicológicos, e sim a de fixar tipos sociais.

c) o marco inicial do Romantismo em Portugal é a publicação do poema "Camões". Todavia, a nova estética literária só viria a se firmar uma década depois com a Questão Coimbrã, quando se aceitou o papel revolucionário da nova poesia e a independência dos novos poetas em relação aos velhos mestres.

d) Eça de Queirós, em sua obra, dedica-se a montar um vasto painel da sociedade portuguesa, retratada em seus múltiplos aspectos: a cidade provinciana; a influência do clero; a média e a alta burguesia de Lisboa; os intelectuais e a aristocracia.

e) A mais rica, densa e intrigante faceta da obra de Fernando Pessoa diz respeito ao fenômeno da heteronímia que deu aos poetas Alberto Caeiro, Ricardo Reis e Álvaro de Campos biografias, características, traços de personalidade e formação cultural diferentes.


4) (Mackenzie) - Assinale a alternativa INCORRETA a respeito das cantigas de amor.

a) O ambiente é rural ou familiar.
b) O trovador assume o eu-lírico masculino: é o homem quem fala.
c) Têm origem provençal.
d) Expressam a "coita" amorosa do trovador, por amar uma dama inacessível.
e) A mulher é um ser superior, normalmente pertencente a uma categoria social mais elevada que a do trovador.

5. Em meados do século XIV, a poesia trovadoresca entra em decadência, surgindo, em seu lugar, uma nova forma de poesia, totalmente distanciada da música, apresentando amadurecimento técnico, com novos recursos estilísticos e novas formas poemáticas, como a trova, a esparsa e o vilancete.

Assinale a alternativa em que há um trecho representativo de tal tendência.

a) Non chegou, madre, o meu amigo,
e oje est o prazo saido!
Ai, madre, moiro d'amor!

b) Êstes olhos nunca perderán,
senhor, gran coita, mentr'eu vivo fôr;
e direi-vos fremosa, mia senhor,
dêstes meus olhos a coita que han:
choran e cegan, quand'alguém non veen,
e ora cegan por alguen que veen.

c) Meu amor, tanto vos amo,
que meu desejo não ousa
desejar nehua cousa.
Porque, se a desejasse,
logo a esperaria,
e se eu a esperasse,
sei que vós anojaria:
mil vezes a morte chamo
e meu desejo não ousa
desejar-me outra cousa.

d) Amigos, non poss'eu negar
a gran coita que d'amor hei,
ca me vejo sandeu andar,
e con sandece o direi:
os olhos verdes que eu vi
me fazen ora andar assi.

e) Ai! dona fea, foste-vos queixar
por (que) vos nunca louv'em meu cantar;
mais ora quero fazer um cantar,
em que vos loarei toda via;
e vedes como vos quero loar.
dona fea, velha e sandia!


6.  -“Ai, flores, ai flores do verde ramo,
se sabedes novas do meu amado?
Ai, Deus, e u é?”

Escreva as palavras que completam os espaços.
Os versos acima pertencem a uma _____________, característica do ____________ português, estética literária dos séculos XII, XIII e XIV.

7. Coube ao século XIX a descoberta surpreendente da nossa época lírica. Em 1904, com a edição crítica e comentada do Cancioneiro da Ajuda, por Carolina Michaëlis de Vasconcelos, tivemos grande visão de conjunto do valiosíssimo espólio descoberto. (Costa Pimpão)

a) Qual é essa “primeira época lírica” portuguesa?
b) Que tipos de composições poéticas se cultivam nessa época?
8. No contexto das cantigas de amor, o que significa a coita?
9.  Nas cantigas de amor:

a) o trovador expressa um amor à mulher amada, encarando-a como um objeto acessível a seus anseios.
b) o trovador velada ou abertamente ironiza personagens da época.
c) o “eu-lírico” é feminino, expressando a saudade da ausência do amado.
d) o poeta pratica a vassalagem amorosa, pois, em postura platônica, expressa seu amor à mulher amada.
e) existe a expressão de um sentimento feminino, apesar de serem escritas por homens.

10. “Ua dona, nom digu’eu qual,
non agoirou ogano mal
polas oitavas de Natal:
ia por as missa oir
e ouv’un corvo carnaçal,
e non quis da casa sair...”
(Joan Airas de santiago, século XIII)

O fragmento acima pertence a uma cantiga de escárnio. Por que não pode ser classificado como uma cantiga de maldizer?


Respostas : 1B, 2C, 3, C, 4A, 5 C, 6 Cantiga de amigo, Trovadorismo, 7a) Trovadorismo b) Cantigas líricas e satíricas, 8.Coita é o sofrimento amoroso, provocado pelo amor não correspondido, 9D, 10. Ele não pode ser considerado uma cantiga de maldizer porque não apresenta uma sátira direta, ou seja, não permite a identificação da pessoa criticada e também não apresenta um vocabulário chulo.

Fonte: https://sites.google.com/

Trovadorismo: exercícios


Questões:

01. Assinale a afirmação falsa:

a) A cultura portuguesa, no século XII, conciliava três matrizes contraditórias: a católica, a islâmica e a
hebraica.

b) A cultura católica, técnica e literariamente superior às culturas islâmica e hebraica, impôs-se naturalmente desde os primórdios da formação de Portugal.

c) A expulsão dos mouros e judeus e a Inquisição foram os aspectos mais dramáticos da destruição
sistemática que a cultura triunfante impôs às culturas opostas.

d) O judeu Maimônides e o islamista Averróis são expressões do que as culturas dominadas produziram de mais significativo na Península Ibérica.

e) Pode-se dizer que a cultura portuguesa esteve desde seu início assentada na diversidade e na
contradição, do que resultaram alguns de seus traços positivos (miscibilidade, aclimatabilidade etc.) e
negativos (tendência ao ceticismo quanto a idéias, desconfiança etc.


02. Assinale a afirmação falsa sobre as cantigas de escárnio e mal dizer:

a) A principal diferença entre as duas modalidades satíricas está na identificação ou não da pessoa atingida.

b) O elemento das cantigas de escárnio não é temático, nem está na condição de se omitir a identidade do ofendido. A distinção está no retórico do “equívoco”, da ambigüidade e da ironia, ausentes na cantiga de maldizer.

c) Os alvos prediletos das cantigas satíricas eram os comportamentos sexuais (homossexualidade, adultério, padres e freiras libidinosos), as mulheres (soldadeiras, prostitutas, alcoviteiras e dissimuladas), os próprios poetas (trovadores e jograis eram freqüentemente ridicularizados), a avareza, a corrupção e a própria arte de trovar.

d) As cantigas satíricas perfazem cerca de uma quarta parte da poesia contida nos cancioneiros galego- portugueses. Isso revela que a liberdade da linguagem e a ausência de preconceito ou censura (institucional, estética ou pessoal) eram componentes da vida literária no período trovadoresco, antes de a repressão inquisitorial atirá-las à clandestinidade.

e) Algumas composições satíricas do Cancioneiro Geral e algumas cenas dos autos gilvicentinos revelam a sobrevivência, já bastante atenuada, da linguagem livre e da violência verbal dos antigos trovadores.


03. A língua portuguesa não é falada:

a) no arquipélago dos Açores e na Ilha da Madeira;
b) em Gibraltar e nas Ilhas Canárias;
c) no arquipélago de Cabo Verde, nas ilhas de São Tomé e Porto Príncipe, na Guiné-Bissau em Angola e em Moçambique;
d) em Macau e em dialetos crioulos de Goa, Damão, Sri Lanka (ex-Ceilao), Java e Málaca;
e) no Timor Leste, parte oriental da ilha de Timor, próxima da Oceania, mas que os mapas geopolíticos
atuais incorporam ao Sudeste Asiático.


Questões 04 a 10 - Assinale V (verdadeiro) e F para (falso)

04. (     ) A Provença, região sul da França, chamada Langue d´Oc ou Languedo, foi o berço das primeiras manifestações de uma lírica sentimental, cortês, refinada, que fazia da mulher o santuário de sua inspiração poética e musical.


05. (     ) Enquanto no sul da Europa, nas proximidades do Mediterrâneo, alastrava-se o lirismo trovadoresco, voltado para a exaltação do amor, para a vassalagem amorosa, no norte predominava o espírito guerreiro, épico, que celebrava nas canções de gesta o heroísmo da cavalaria medieval.


06. (     ) No inicio do século XIII, a intransigência religiosa arrasou a Provença e dispersou seus trovadores, mas a lírica provençalesca já havia fecundado a poesia ocidental com a  beleza melódica e a delicadeza emocional de sua poesia-música, impondo uma nova concepção do amor e da mulher.


07. (     ) A canção associava o amor-elevação, puro, nobre, inatingível, ao amor dos sentidos, carnal, erótico; a alegria da razão (o amor intelectual) à alegria dos sentidos.


08. (     ) A poesia lírica dos provençais teve seguidores na França, na Itália, na Alemanha, na Catalunha, em Portugal e em outras regiões , onde também os temas folclóricos foram beneficiados com a forma mais culta e elaborada que os trovadores disseminaram.


09. (     ) Foi o que ocorreu em Portugal e Galiza: a poesia primitiva, oral, autóctone, associada à musica e à coreografia e protagonizada por uma mulher, as chamadas cantigas de amigo, passaram a se beneficiar do contato com uma arte mais rigorosa e mais consciente de seus meios de realização artística.


10. (     ) O primeiro trovador provençal foi Guilherme IX, da Aquitânia (1071-1127). Bernart de Ventadorn e Jaufre Rudel representam a poesia mais simples, facilmente inteligível; Marcabru, Raimbaut d´Aurenga e especialmente Arnault Daniel representam a poesia mais elaborada, com imagens e associações inesperadas, capazes de encantar os mais rigorosos exegetas, de Dante Alighieri a Ezra Pound.


Resolução:
01. B
02. A
03. B
04. V
05. V
06. V
07. V
08. V
09. V
10. V


Trovadorismo e humanismo

IDADE MÉDIA – 1º MOMENTO


O TROVADORISMO EM PORTUGAL

O Trovadorismo
é um movimento de caráter exclusivamente poético e marca o surgimento da Literatura portuguesa. Historicamente é marcado pelo predomínio da Igreja e da nobreza feudal; resultando numa visão cristã teocêntrica e subjetiva, com características como emoção, espiritualismo, pessimismo, pecado e escuridão.

As composições líricas desse período são chamadas de cantigas e se dividem em dois tipos:
• Cantigas líricas (de amor e amigo);
• Cantigas satíricas (de escárnio e maldizer).

CANTIGAS DE AMOR

A submissão do vassalo ao seu senhor é transferida para o mundo das relações amorosas, por isso o mandamento número um do trovador é fidelidade e submissão absoluta à sua musa.
Essas cantigas apresentam eu lírico masculino; o trovador lamenta a coyta d’amor, ou seja, o sofrimento pela impossibilidade de realização amorosa, já que a dama pertence a uma classe social superior à dele.

O trovador reitera a promessa de servir, honrar e respeitar a dama, poupando-a até da revelação de sua identidade.

O poeta idealiza a amada como um ser quase divino, mas ela ignora seu amor ou tem conhecimento dele e o despreza. Esse amor impossível e inevitável faz com que o eu lírico sofra por tornar-se prisioneiro desse sentimento.

Quanto aos aspectos formais, podemos dizer que as cantigas de amor apresentam uma linguagem mais erudita e sofisticada do que as de amigo. Sua estrutura é menos repetitiva, podendo ou não apresentar refrão.

“ Eu gran coita, senhor
que peior que a morte
vivo, per boa fé,
e pólo voss’amor
esta coita sofr’eu
por vos, senhor, que eu

Vi pólo meu gran mal,
e melhor mi será
de morrer por vós já
e, pois meu Deus nou val,
esta coita sofr”eu
por vós, senhor, que eu

Pólo meu gran mal vi
e mais mi val morrer
ca tal coita sofrer,
pois por meu mal assi
esta coita sofr’eu
por vós, senhor, que eu

Vi por gran mal de mi,
Pois tan coitad’and’eu.”

(D.DINIS)


CANTIGAS DE AMIGO

As cantigas de amigo apresentam eu lírico feminino, o trovador assume o ponto de vista da mulher. O “amigo” referido é, na verdade, namorado ou amante. Várias dessas cantigas se prestavam a festas, comemorações e rituais ligados à chegada da primavera.

A vida cotidiana, a saudade do amigo que partiu para às guerras, o ciúme, a indignação, a vaidade de ser bela, festas, bailes; enfim, o colorido do mundo medieval português podem ser sentido nessas cantigas.

Na maior parte das vezes, a mulher não se dirige diretamente ao homem amado; adota como confidente uma amiga, a irmã, a mãe ou um elemento da natureza.

Quanto aos aspectos formais, as cantigas de amigo apresentam linguagem mais simples que as cantigas de amor (devido a sua origem popular). Muitas apresentam refrão e estrutura paralelística.

“Mandad’ei comigo,
ca ven meu amigo:
e irei, madr’, a Vigo.


comi’gei mandado,
ca ven meu amado:
e irei, madr’, a Vigo.


ca ven meu amigo
e ven san’e vivo:
e irei, madr’, a Vigo.


ca ven meu amado
e ven viv’e sano:
e irei madr’, a Vigo.


ca ven san’e vivo
e d’el rei, amigo:
e irei, madr’, a Vigo.


ca ven viv’e e sano
e d’el rei privado:
e irei, madr’, a Vigo.”

( MARTIN CODAX)



CANTIGAS SATÍRICAS

Esse gênero da cantiga revela o mundo boêmio e marginal dos jograis, fidalgos, bailarinas; enfim, dos artistas da corte, aos quais se misturavam religiosos e até mesmo reis.
A distribuição entre as cantigas de escárnio e maldizer é muito sutil:

• Escárnio: crítica indireta, de forma velada e sutil, a identidade do alvo permanecia um pouco na sombra (mascarada).
• Maldizer: ataque nominal e direto, crítica rude, mencionando o nome da pessoa a ser criticada; usando linguagem desbocada, chula e obscenidades.



“Rui queimado morreu con amor
eu seus cantares, par Santa Maria,
por na dona que gran ben queria,
e por se meter por mais trabador,
porque lh’ela non quis [o] ben fazer
fez-s’el en seus cantares morrer,
mas ressurgiu depois ao tercer dia!

Esto fez el por ua sa señor
que quer gran ben, e mais nos em diria:
porque cuida que faz i mestria,
e nos cantares que fez sabor
de morrer i e desi d’ar viver;
esto faz el que se’o pode fazer,
mas outr’ omem per ren non [n] o faria.

E non há já de sa morte pavor,
senon as morte mais la temeria,
mas sabe ben, per sa sabedoria,
que viverá, dês quando morto for,
e faz [s’] en seu cantar morte prender,
desi ar viver: vede que poder
que ehi Deus deu, mais que non cuidaria.

E, se mi deus a min poder,
qual oi’el há, pois morrer, de viver,
jamais morte nunca temeria.”

(PÊRO GARCIA BURGALÊS)

IDADE MÉDIA – 2º MOMENTO


HUMANISMO

(O RITO DE PASSAGEM PARA O CLASSICISMO)


No segundo momento da Idade Média surgiu o Humanismo, quando o homem buscava outras maneiras de interação com o mundo, levado agora por uma racionalidade, que esbarrava ainda no teocêntrismo milenar imposto pela Igreja.

Novas formas de pensar e agir vão construindo um novo código de ética e, no século seguinte aflora o Classicismo Renacentista, caracterizado sobretudo pelo resgate da herança greco-latina, pelo antropocêntrismo, e pelo florescimento de uma nova cultura.

O Humanismo é o período intermediário entre o mundo clássico e inaugura um período que a história chama de Renascimento.

Quatro foram os tipos de produção que marcaram o século XV e o início do século XVI:

  • A historiografia de Fernão Lopes ( escreveu a história de Portugal com base em documentos, desprezando testemunhos frágeis ou duvidosos, mantendo a chama artística acesa, sem deixar que seu ponto de vista prevalecesse sobre os fatos verídicos).
  • A prosa didática (ou doutrinária), a poesia palaciana (poemas compostos em “medida velha” – redondilhas de cinco e sete sílabas poéticas- para o prazer da leitura e declamação, sem acompanhamento musical), e ainda o teatro de Gil Vicente.


Gil Vicente e o Teatro Português

Gil Vicente inaugurou o teatro português, encenando peças na corte para os nobres. Viveu no contexto histórico marcado pelas grandes descobertas e ao mesmo tempo pelo ambiente palaciano, medieval, religioso e conservador. Humanista, reflete o estado oscilante de um mundo velho e de sua decomposição.

O ser humano é seu objeto de preocupação. O homem de seu tempo, de qualquer categoria social, é motivo de reflexão porque vive num contexto em que os costumes se degradam. A crítica ao homem tem como função abrir sua consciência e reaproxima-lo de Deus.

Nas peças religiosas o autor coloca sempre um relevo a oposição de dois mundos: material e sobrenatural, profano e divino, trevas e luzes.
Obras principais: Farsa de Inês Pereira, Auto da Barca do Inferno e Auto da Alma.

terça-feira, 17 de maio de 2011

CANTIGAS TROVADORESCAS



O Trovadismo surgiu entre os séculos XII e XV, período da Idade Média e também do feudalismo. Teve origem no sul da França e foi o primeiro movimento do mundo ocidental.
Expandiu-se em virtude dos jograis provençais; o jogral era um artista do entretenimento, que divertia a nobreza e a expressão "Trovadismo", vem de "trovador", nome dado ao poeta da época.

O galego-português (também chamado de galaico-português, proto-galego-português, português antigo, português arcaico, galego antigo, galego arcaico) foi a língua falada durante a Idade Média nas regiões de Portugal e da Galiza (Espanha); dela descendem as atuais línguas portuguesa e galega. Assim, o galego-português é o idioma ancestral comum às línguas galaico-portuguesas.

A língua considera-se formada no século VIII, principalmente como desenvolvimento do latim vulgar falado pelos conquistadores romanos a partir do século II d.C. No seu momento, foi língua culta fora dos reinos da Galiza e de Portugal, nos reinos vizinhos de Leão e Castela. Assim, o rei castelhano Afonso X o Sábio escreveu as suas Cantigas de Santa Maria em galego-português. A sua importância foi tal que é considerada a segunda literatura mais importante durante a Idade Média europeia, só perdendo para o occitano.

O documento da lírica galego-portuguesa mais antigo parece ser a cantiga satírica "Ora faz ost'o senhor de Navarra" de João Soares de Paiva, datado de 1196 por alguns. As recompilações líricas medievais galego-portuguesas mais importantes são:
O jogral era de nível social inferior ao trovador, que era o autor das cantigas, que as executava mediante ao recebimento do soldo.

As manifestações eram realizadas em cantigas, poemas cantados pelos trovadores acompanhados de instrumentos musicais como a cítara, a lira, a harpa, a viola e o alaúde, entre outros, mas também era por meio de versos em prosa que contavam novelas de cavalaria, como por exemplo a obra "A demanda do Santo Graal".

Essa novela conta a história de aventuras de cavaleiros medievais escolhidos pelo Rei Artur, que procuram o Santo Graal – o cálice sagrado com que José de Arimatéia teria recolhido o sangue de Jesus Cristo.

As cantigas eram divididas em dois grupos: lírico-amorosa e satírica. O primeiro em formas de cantiga de amor e de e amigo; o segundo em cantigas de escárnio e de maldizer.
São algumas características das cantigas de amor: o eu-lírico é sempre masculino, retrata um amor impossível com uma mulher que é casada e pertence a uma classe superior à do trovador, segue uma forma de amor cortês.

Nas cantigas de amigo nota-se: o eu-lírico é feminino, apesar de escritas por homens; ao contrário da cantiga de amor, onde o sentimento não se realiza fisicamente, na cantiga de amigo (entende-se por amigo, o amado) há nítidas referências à saudade física do amigo ausente.

Os trovadores não só se dedicavam ao lirismo do amor, mas também gostavam da sátira, onde procuravam ridicularizar os hábitos e costumes da época, outros trovadores e as mulheres. As cantigas de escárnio eram críticas indiretas e irônicas. Já as de maldizer caracterizavam-se pelas críticas diretas e mais grosseiras que as de escárnio.
Vamos conhecer alguns exemplos das cantigas, em linguagem atual:


Cantigas de Amor

"A dona que eu sirvo e que muito adoro mostrai-ma, ai Deus!
pois que vos imploro, senão, dai-me a morte!
 A que me fizestes mais que tudo amar,
mostrai-ma onde possa com ela falar, senão, dai-me a morte".

Quer'eu em maneira de proençal
fazer agora un cantar d'amor,
e querrei muit'i loar mia senhor
a que prez nen fremusura non fal,
nen bondade; e mais vos direi en:
tanto a fez Deus comprida de ben
que mais que todas las do mundo val.
Ca mia senhor quiso Deus fazer tal,
quando a faz, que a fez sabedor
de todo ben e de mui gran valor,
e con todo est'é mui comunal
ali u deve; er deu-lhi bon sen,
e des i non lhi fez pouco de ben,
quando non quis que lh'outra foss'igual.
Ca en mia senhor nunca Deus pôs mal,
mais pôs i prez e beldad'e loor
e falar mui ben, e riir melhor
que outra molher; des i é leal
muit', e por esto non sei oj'eu quen
possa compridamente no seu ben
falar, ca non á, tra-lo seu ben, al.

El-Rei D. Dinis, CV 123, CBN 485

Proençaes soen mui ben trobar
e dizen eles que é con amor;
mais os que troban no tempo da frol
e non en outro, sei eu ben que non
an tan gran coita no seu coraçon
qual m'eu por mha senhor vejo levar.
Pero que troban e saben loar
sas senhores o mais e o melhor
que eles poden, soõ sabedor
que os que troban quand'a frol sazon
á, e non ante, se Deus mi perdon,
non an tal coita qual eu ei sen par.
Ca os que troban e que s'alegrar
van eno tempo que ten a color
a frol consigu', e, tanto que se for
aquel tempo, logu'en trobar razon
non an, non viven [en] qual perdiçon
oj'eu vivo, que pois m'á-de matar.

El-Rei D. Dinis, CV 127, CBN 489

Cantiga de Amigo

 "Sem meu amigo sinto-me sozinha e
não adormecem estes olhos meus.
Tanto quanto posso peço a luz a Deus e
 Deus não permite que a luz seja minha."


"Ondas do mar de Vigo,
se vistes meu amigo!
E ai Deus, se verrá cedo!
Ondas do mar levado,
se vistes meu amado!
E ai Deus, se verrá cedo!
Se vistes meu amigo,
o por que eu sospiro!
E ai Deus, se verrá cedo!
Se vistes meu amado,
por que hei gran cuidado!
E ai Deus, se verrá cedo! "

Martin Codax, CV 884, CBN 1227

Pois nossas madres van a San Simon
de Val de Prados candeas queimar,
nós, as meninhas, punhemos de andar
con nossas madres, e elas enton
queimen candeas por nós e por si
e nós, meninhas, bailaremos i.
Nossos amigos todos  lá irán
por nos veer, e andaremos nós
bailando ante eles, fremosas en cós,
e nossas madres, pois que alá van,
queimen candeas por nós e por si
e nós, meninhas, bailaremos i.
Nossos amigos irán por cousir
como bailamos, e podem veer
bailar moças de bon parecer,
e nossas madres pois lá  queren ir,
queimen candeas por nós e por si
e nós, meninhas, bailaremos i.

Pero de Viviãez, CV 336, CBN 698


Cantigas de Escárnio

 "Conheceis uma donzela
por quem trovei e a que um dia
 chamei Dona Beringela?
 Nunca tamanha porfia vi nem mais disparatada.
Agora que está casada
chamam-lhe Dona Maria."

Foi um dia Lopo jograr
a casa duü infançon cantar,
e mandou-lhe ele por don dar
três couces na garganta,
e foi-lhe escasso, a meu cuidar,
segundo como el canta
Escasso foi o infançon
en seus couces partir' enton,
ca non deu a Lopo enton
mais de três na garganta,
e mais merece o jograron,
segundo como el canta.

Martin Soarez, CV 974



Cantigas de Maldizer

"Ai, dona feia, foste-vos queixar de que vos nunca louvo em meu trovar;
e umas trovas vos quero dedicar em que louvada de toda a maneira sereis;
tal é o meu louvar: dona feia, velha e gaiteira."

Roi Queimado morreu con amor
en seus cantares, par Sancta Maria,
por Da dona que gran ben queria:
e, por se meter por mais trobador,
porque lhe ela non quis ben fazer,
feze-s'el en seus cantares morrer,
mais resurgiu depois ao tercer dia!
Esto fez el por üa sa senhor
que quer gran ben, e mais vos en diria:
por que cuida que faz i maestria,
enos cantares que faz, á sabor
de morrer i e des i d'ar viver;
esto faz el que x'o pode fazer,
mais outr'omem per ren' nono faria.
E non á já de sa morte pavor,
senon sa morte mais la temeria,
mais sabe ben, per sa sabedoria,
que viverá, des quando morto for,
e faz-[s'] en seu cantar morte prender,
des i ar vive: vedes que poder
que lhi Deus deu, mais que non cuidaria.
E, se mi Deus a mim desse poder
qual oj'el á, pois morrer, de viver,
já mais morte nunca temeria.

Pero Garcia Burgalês, CV 988, CBN 1380


As cantigas lírico-amorosas e as satíricas foram reunidas na forma escrita em cancioneiros, dentre os quais destacam-se: Cancioneiro da Ajuda, o mais antigo, com 310 cantigas, quase todas de amor; Cancioneiro da Biblioteca Nacional de Lisboa, também conhecido como "Collocci-Brancutti", com 1.647 cantigas e Cancioneiro da Vaticana, com 1.205 cantigas, ambos com os quatros tipos.

O primeiro documento em língua portuguesa é provavelmente a "Cantiga da Ribeirinha", datada de 1189 ou 1198, escrita por Paio Soares de Taveirós. A interpretação oscila entre o lirismo e a sátira, mas também podendo ser uma cantiga de amor.

No mundo ninguém se assemelha a mim
enquanto a vida continuar como vai,
porque morro por vós, e ai
minha senhora branca e vermelha,
quereis que vos retrate
quando vos eu vi sem manto.
Maldito dia! Me levantei
que não vos vi feia

E, mia senhora, desde aquele dia, ai!
tudo me foi muito mal
e vós, filha de don Pai
Moniz, e bem vos parece
de ter eu por vós guarvaia
pois eu, minha senhora, como presente
Nunca de vós houve nem hei
de valor insignificante.
Obs.: a guarvaia era um manto luxuoso, provavelmente de cor vermelha, usado pela nobreza.