domingo, 21 de agosto de 2011

As maneiras no Maneirismo de El Greco

Compreende – se por Maneirismo o momento em que há a decadência do Renascimento Clássico, quando este entra em crise. 
The Disrobing of Christ (El Espolio) 1577-79
Sacristy of the Cathedral, Toledo




Há quem considere que o Maneirismo seja somente uma passagem de tempo entre a Alta Renascença e o Barroco, outros consideram esse período como movimento estético que ocorre quase que paralelamente ao renascimento onde há um do modo ou maneira pessoal do autor de fazer sua arte.
Estilização com exageros, um afastamento dos modelos da antiga Grécia, fonte estética onde bebia os renascentistas, extrapolando assim de forma caprichosa as rígidas linhas dos cânones clássicos.
A grande disputa entre a Igreja católica e a reforma de Lutero é fonte de inspiração para esse período, cujo momento é de grande desolação na Europa. Estilização, sobriedade, introspecção e distanciamento da realidade física e do mundo sensorial marcam a estética maneirista fazendo um contraponto com o barroco que é sensorial e naturalista. 
O maneirismo carrega em si elementos entrelaçados tanto do renascimento quanto do barroco.
Na pintura, as principais características do maneirismo são composições feitas em boa parte com temas sacros de forma que uma multidão de elementos figurativos é comprimida em espaços arquitetônicos reduzidos. 
          The Disrobing of Christ (El Espolio)1577-79
Sacristy of the Cathedral, Toledo


Isso acaba por formar planos paralelos, irreais, com proporções estranhas dando uma tensão especial a obra. 
 
                                    
Laocoön (detail) 1610
                  National Gallery of Art, Washington

Quanto aos corpos, há uma preferência por uma estética mais alongada e esguia onde os músculos fazem contorções absolutamente inapropriadas para qualquer ser humano deixando assim de lado em definitivo os corpos bem torneados e perfeitos do Renascimento.

The Opening of the Fifth Seal (detail) 1608-14
                        Metropolitan Museum of Art, New York


A luz é aprisionada sobre os objetos e figuras de forma que produzem sombras inaceitáveis e pessoas com rostos tristes e enigmáticos emergem entre roupas com colorido pomposo e drapeados pintados com minúcias de detalhes. 
An Allegory with a Boy Lighting a Candle in the Company of an Ape and a Fool (Fábula) 1577-79

Os temas mais comuns tinham elementos como o engano e o desengano da vida, a transitoriedade das coisas humanas e terrenas, o gosto pelo contraste, metáforas, inclinação pelo surpreendente afeição pela intensidade. 
  



O principal artista foi El Greco -Doménikos Theotokópoulos (em grego: Δομήνικος Θεοτοκόπουλος), mais conhecido como El Greco, ("O Grego") (Fodele, Iráclio, 1541 — Toledo, 7 de abril de 1614) , Ao fundir as formas iconográficas bizantinas com o desenho e o colorido da pintura veneziana e a religiosidade espanhola. 
Na verdade, sua obra não foi totalmente compreendida por seus contemporâneos. Nascido em Creta, acredita-se que começou como pintor de ícones no convento de Santa Catarina, em Cândia. 
De acordo com documentos existentes, no ano de 1567 emigrou para Veneza, onde começou a trabalhar no ateliê de Ticiano, com quem realizou algumas obras. 
    The Purification of the Temple (detail) c. 1570  
National Gallery of Art, Washington

Depois de alguns anos de permanência em Madri ele se estabeleceu na cidade de Toledo, onde trabalhou praticamente com exclusividade para a corte de Filipe II, para os conventos locais e para a nobreza toledana. 
Entre suas obras mais importantes estão :
 O Enterro do Conde de Orgaz, a meio caminho entre o retrato e a espiritualidade mística. 


Homem com a Mão no Peito
 O Sonho de Filipe II 




St Sebastian 1577-78  Museo Catedralicio, Palencia
           O Martírio de São Maurício. Esta última lhe custou à expulsão da corte.artyrdom of St Maurice (detail) 1580-81
Ho
The Martyrdom of St Maurice (detail) 1580-81
Na escultura, o maneirismo segue o caminho traçado por Michelangelo: às formas clássicas soma-se o novo conceito intelectual da arte pela arte e o distanciamento da realidade. 


 The Risen Christ 1595-98
                  Hospital Tavera, Toledo

Em resumo, repetem-se as características da arquitetura e da pintura. Não faltam as formas caprichosas, as proporções estranhas, as superposições de planos, ou ainda o exagero nos detalhes, elementos que criam essa atmosfera de tensão tão característica do espírito maneirista. 

As principais características da escultura maneirista são a apresentação de um grupo de figuras dispostas umas sobre as outras, num equilíbrio aparentemente frágil, as figuras são unidas por contorções extremadas e exagerado alongamento dos músculos. 
 O Rapto da Sabina (1582) de Giambologna-Florença
1529-1608


 
Assim como na pintura,figuras enlaçadas, atribuindo-lhes uma infinidade de posturas impossíveis, permite que elas compartilhem a reduzida base que têm como cenário, isso sempre respeitando a composição geral da peça e a graciosidade de todo o conjunto.

Fontes Bibliográfias

GOMBRICH, Ernest Hans Josef. A História da Arte. Tradução de Álvaro Cabral. 4ª ed. Rio de janeiro. Zarar Editores, 1985.

CHENEY, Sheldon. História da Arte. Tradução de Sérgio Milliet. Volume III, 1ª ed. São Paulo. Editora Rideel Ltda, 1995.

BECKETT, Wendy. História da Pintura. Tradução de Mário Vilela. 1ª ed. São Paulo. Editora Àtica, 1997.

CUMMING, Robert. Para Entender de Arte. Tradução de Isa Mara Lando. 1ª ed. São Paulo. Editora Àtica, 1995.

KITSON, Michael, História da Arte, Courtauld Institute of Art, University of London, Londres.
Fonte: A Enciclopédia Multimídia Grolier, Release # 9-01, © 1997.
Bibliografia: Germain Bazin, barroco e rococó (1985); Edmond e Jules de Goncourt, L’art au dixhuitieme siècle (1880-82; trans. Pintores como o francês Século XVIII, 1948); Eberhard Hempel, Arquitetura e Arte Barroca na Europa Central (1965); Erich Hubala, barroco e rococó Arte (1989); Stephen Jones, do século XVIII (1985); WG Kalnein e Michael Levey, Arte e Arquitectura do Século XVIII na França (1972); Fiske Kimball, a criação de o Rococó (1943; repr. 1965); Michael Kitson, A Idade da Barroca (3d ed., 1976); Michael Levey, Rococó a Revolução (1966; repr. 1985); John L. Varriano, italiano barroco e rococó Arquitetura ( 1986).

http://www.discoverfrance.net/France/Art/rococo.shtml
 

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