terça-feira, 24 de janeiro de 2012

o Positivismo destrutivo de Eduardo Flores


Com traços marcantes e romanticamente caóticos, a arte de Eduardo Flores (ou simplesmente Bayo) proporciona uma viagem ao centro de nosso inconsciente. O que se vê em seu trabalho é um reflexo da força da mente humana, ilustrada em personagens que traduzem a angústia de estar preso num mundo subjetivo cercado pelos limites da psique.
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Eduardo Flores, "The Tea Pot".


Algumas ilustrações não só conseguem transcender os limites da arte que conhecemos e as nossas percepções, mas criam universos capazes de suscitar sentimentos que variam da perturbação ao fascínio absoluto. E poucos artistas são tão eficientes em interagir com o arcabouço emocional das pessoas em suas obras como Eduardo FloreS, cujos desenhos e pinturas exploram as manifestações do inconsciente, da psique e do ego.

 
Também conhecido como Bayo, o desenhista autodidata e publicitário idealiza a exteriorização do imaginário coletivo, readequando o real conforme a individualidade de cada pessoa. Um dos principais objetivos de seu trabalho é mostrar a autodestruição causada pelo ego. Consequentemente, suas gravuras agitam as estruturas de pensamento social com a mesma eficiência da obra de Banksy ou as fotografias ilustradas de Ben Heine.

Nascido no México e radicado nos EUA para trabalhar, o artista, que desenha e cria histórias desde pequeno, usa materiais como grafite, pinturas a óleo e tintas acrílicas para dialogar com toda a subjetividade que existe à sua volta. Segundo ele, qualquer lugar o inspira, e tudo tem algo para lhe oferecer. Seus personagens procuram transitar pela beleza que existe no caos do mundo, o que inevitavelmente faz com que alguns desenhos tomem ares de crítica. Este sutil ativismo pode remeter a associações com os protestos contra a cultura de massa, feitos pela pop arte do final da década de 1950 em obras de ícones como Andy Warhol e Roy Lichtenstein.
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Eduardo Flores, "The Great Escape".
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Eduardo Flores, "Tremors".


Bayo também mostra uma grande capacidade de traduzir a complexa linguagem do subconsciente e suas manifestações mais sombrias. Equilibrando ansiedade, angústia e nuances de rompimento surrealista, o artista cumpre satisfatoriamente com sua proposta de mostrar os extremos do positivo contra o destrutivo que permeiam a mente humana. Seu trabalho é capaz de expor o lado mais negro que cada um tem dentro de si, com uma precisão semelhante à de Robert Crumb, embora de uma maneira mais poética e menos aversiva.

Eduardo Flores é um mensageiro do universo interior que existe nas pessoas, percorrendo e desvendando cada mundo que cruza o seu caminho. Graças a seu talento e sensibilidade, ele consegue entrar em sintonia com algumas das principais facetas da arte, conjugando ações, reflexões, críticas e idealismos. O positivismo destrutivo de sua obra cria uma conexão poderosa com a dimensão subjetiva de nossa mente.
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Eduardo Flores, "A Wavering Light".

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Eduardo Flores, "Despierta".
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Eduardo Flores, "Voices".


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Eduardo Flores, "Hells Door".


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Eduardo Flores, "3 Points of View".


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Eduardo Flores, "The Wave".



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Eduardo Flores, "Tiger Mask".


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Eduardo Flores, "Kingdomless".


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Eduardo Flores, "The Elephant".


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