![[monogram_1_e.gif]](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiRHnqKhfNqg7QZqlRASYVaVCesP4cccOFYmMCIyKluE-JD575XZw-OhmAQpInlHb6-IckE5K0SvPwrm4pIuPC1TO75YBOcaYuSkM25_l1L6igQLy2XJqdDYbUcpDR2FWxrByJsyJM-o1QT/s200/monogram_1_e.gif)
"É preciso estar sempre embriagado. Eis aí tudo: é a única questão. Para não sentirdes o horrível fardo do Tempo que rompe os vossos ombros e vos inclina para o chão, é preciso embriagar-vos sem trégua.Mas de quê? De vinho, de poesia ou de virtude, à vossa maneira. Mas embriagai-vos.E se, alguma vez, nos degraus de um palácio, sobre a grama verde de um precipício, na solidão morna do vosso quarto, vós acordardes, a embriaguez já diminuída ou desaparecida, perguntai ao vento, à onda, à estrela, ao pássaro, ao relógio, a tudo que foge, a tudo que geme, a tudo que anda, a tudo que canta, a tudo que fala, perguntai que horas são; e o vento, a onda, a estrela, o pássaro, o relógio, responder-vos-ão: 'É hora de embriagar-vos! Para não serdes os escravos martirizados do Tempo, embriagai-vos: embriagai-vos sem cessar! De vinho, de poesia ou de virtude, à vossa maneira'."
![[monogram_1_v.gif]](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi6JkBknNxRVP5sO_xS1Djtbb-jnPbF-obRuTXN5XqQWCZc4qy_Q1_U74lobhTzaymokcxfhMI8Jb07BfaOIC-4jaZyij2g8ukZ8FLm1VUjU5UqhBntDjR8jV7b5AnW0OP3y36EPuMft26T/s200/monogram_1_v.gif)
VAMPIRO
Tu que, como uma punhalada
Invadiste meu coração triste,
Tu que, forte como manada
De demônios, louca surgiste,
Para no espírito humilhado
Encontrar o leito ao ascendente,
- IInfame a que eu estou atado
Tal como o forçado à corrente,
Como a seu jogo o jogador,
Como à garrafa o beberrão,
Como aos vermes a podridão
- Maldita sejas, como for!
Implorei ao punhal veloz
Dar-me a liberdade, um dia,
Disse após ao veneno atroz
Que me amparasse a covardia.
Mas não! O veneno e o punhal
Disseram-me de ar zombeiro
"Ninguem te livrará afinal
De teu maldito cativeiro
Ah! imbecil-de teu retiro
Se te livrássemos um dia,
Teu beijo ressuscitaria
O cadaver de teu vampiro!"
![[monogram_1_q.gif]](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEi3LHRhWieeJWo4eVU-Zef1eSzXNaULbaGyt8frOaRGlfQNslLVdeUMyIICiaHsHwRUvIxHqqXbacAflgIs8Yq04cWoUHEytifUZJCcwKKaZey7P75fIzXKrQ07s_lFwn8k9Tvre2Ja4R93/s200/monogram_1_q.gif)
"Que é o amor?
A necessidade de sair de si.
O homem é um animal adorador
Adorar é sacrificar-se e prostituir-se
Assim, todo amor é prostituição."
![[monogram_1_t.gif]](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgOba6puDZTxk1lYE0OXO_vzzR9NUHjD3HDcqdVsXqC-lGs01XGUmqHAWUgQGYxhgRkC69tuX0a-0FFXE88GXAnJEzEia1BCjd8yaTeSMd_18HWHCu2Xtropi4JL8Ck527sF42AiSXSyAsd/s200/monogram_1_t.gif)
"Teus olhos são lassos, amante!
Olhos em sono a se perder,
Nesta posição tão distante
Pode surpreenter-te o prezer
E pelo pátio o jorro de água
Não cala nunca o seu rumor,
E entretém a extasiada mágoa
Em que pode atirar-me o amor.
Mas o amor irradia
E é odo flores
Ede Febo a alegria
Enche-o de corres
E tal chuva desfia
Imensas dores".
![[monogram_1_s.gif]](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiqpu1mvMlW81q0DSBaPTDozm-bt4LcUDnid0iN7AqGtgh4EuZtN4XBUCQ7Br8PIe9IMkBuLASKuTOPvrjyr6CjTrjitPpHoL_EVjF0Ny2lZ2h4kqM70nUJY9FbPshhTJopFSWLESDsOpo4/s200/monogram_1_s.gif)
"Se o veneno, a paixão, o estupro, a punhalada
Não bordaram ainda com desenhos finos
A trama vã de nossos míseros destinos,
É que nossa alma arriscou pouco ou quase nada."
![[monogram_1_h.gif]](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgL7mjRMyx7adMX_7CXJPjd5Rf4MBnzcAm6Ej36Twli6B_SjMr4ExmYKu0vTgtrZ-u5Xcrhq-GHAc2DqygQhso_td97zJ8SnC0qWukEgokK2YryyVa2V3fJMkgxMJOzapo9adOo53unvwVz/s200/monogram_1_h.gif)
"Há que trabalhar, ainda que não seja por gosto, ao menos por desespero, uma vez que, bem vistas as coisas, trabalhar é menos aborrecido do que divertirmo-nos."
Que blog gostoso. Cheira a poema e arte. Adorei esta postagem. Parabéns!
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