Quando a França ainda vivia um período de instabilidade política, em meados do século XIX, conseqüência da Revolução Francesa e do Império Napoleônico, surgiu uma nova profissão, reconhecida mais tarde, também como arte: a fotografia.
Na verdade, registros revelam que na época de Aristóteles já se conhecia o fenômeno de produção de imagens pela passagem da luz através de um pequeno orifício e boa parte dos princípios básicos da óptica e da química que envolveriam mais tarde o surgimento da fotografia.
No século X, o erudito árabe Alhazen mostrou como observar um eclipse solar no interior de uma câmara obscura: um quarto às escuras, com um pequeno orifício aberto para o exterior.
Durante a Renascença, uma lente foi colocada num pequeno orifício e obteu-se uma melhor qualidade da imagem. A câmara obscura começou a se tornar cada vez menor, até se transformar em um objeto que pudesse ser levado para qualquer lugar.
Já com um tamanho portátil, no século XVII, a câmara obscura era utilizada por muitos pintores na execução de suas obras. Um cientista italiano, Angelo Sala, em 1604, observou o escurecimento de um certo composto de prata por exposição ao sol, mas não conseguia fixar a imagem que acabava desaparecendo.
Foram muitos os estudiosos que ao passar dos anos acrescentaram novas descobertas: em 1725 com Johan Heinrich Schulze, um professor de medicina da Universidade de Aldorf, na Alemanha e no início do século XIX com Thomas Wedgwook, que, assim como Schulze obteve silhuetas fixas em negativo, mas a luz continuava a escurecer as imagens.
O químico francês Nicéphore Niépce (1765-1833) fez a primeira imagem fotográfica que sobreviveu – uma vista do pátio de sua casa – em 1826, deixando uma placa de estanho polido em exposição durante oito horas. Essa nova forma de arte só foi realizada, pois, no início do século XIX, convergiram-se descobertas científicas na área de ótica e química (STRICKLAND, 2003).
Em fevereiro de 1827, Niépce recebeu uma carta de Louis Daguerre, de Paris, que manifestou seu interesse em gravar imagens. Em 1829, tornaram-se sócios, mas Niépce morre em 1833. Ele inventou um processo mais prático de fotografia em 1837, e sua primeira fotografia “Natureza morta”, era uma vista “brilhantemente detalhada de um canto de seu ateliê, que ficou em exposição de dez a 15 minutos.
Em 7 de janeiro de 1839, Daguerre revela à Academia Francesa de Ciências um processo que originava as fotografias ou os daguerreótipos. Daguerre inadvertidamente tirou a primeira fotografia conhecida de um ser humano(STRICKLAND, 2003, p. 92).” Uma de suas fotografias, a de um bulevar parisiense, curiosamente não mostra nenhum sinal de vida, mesmo sabendo que há uma multidão de pedestres apressados, exceto por um homem engraxando os sapatos – e que também foi a única pessoa que ficou parada tempo suficiente para que sua imagem fosse registrada durante a longa exposição. Você consegue achar o engraxate?
Outro fotógrafo que contribuiu muito na criação da fotografia foi o inglês William Henry Fox Talbot (1800-1877). Ele foi o inventor dos calotipos, ou negativos da fotografia.
Ele começou a fazer “experiências prensando folhas, penas e pedaços de renda contra papel preparado que era exposto à luz do sol. Suas impressões finais eram manchadas (...) mas eram obtidas com negativos de papel e impressões em papel”.
A fotografia atraiu a atenção de tantas pessoas que, movidos pelo entusiasmo, tornaram-se adeptos daquela técnica. Assim, tanto em Londres como em Paris, houve um boom na compra de lentes e reagentes químicos. Os fotógrafos e suas câmeras fotográficas (caixas de formas estranhas) começavam a registrar suas imagens.
Alguns avanços seguiram-se a partir daí. Um processo chamado chapa molhada reduziu o tempo de exposição para segundos em 1851. Foi inventado então, “(...) o tipo de metal, com a imagem numa chapa de metal fina, em vez de vidro delicado. Em seguida, a placa seca liberou o fotógrafo de ter que correr imediatamente para a câmara escura”. Dessa forma, a velocidade da exposição era tanta que o fotógrafo não mais necessitava de tripé, além de que a imagem se mantinha por mais tempo antes de ser revelada.
Fotografar tornou-se uma atividade em franca expansão. Rapidamente tomou conta do mundo. Em 1853, cerca de 10 mil americanos produziram três milhões de fotos, e três anos mais tarde a Universidade de Londres já incluía em seu currículo a fotografia. Por volta de 1858, a fotografia instantânea substituiu o daguerreótipo e nos anos de 1880, entraram as câmeras portáteis de mão e o filme em rolo.
Em junho de 1888, com George Eastman, surge a Kodak. A fotografia tornou-se mais popular com este tipo de câmera que era bem mais leve, de baixo custo e simples de operar.
A fotografia deu ao homem um visão real do mundo, tornando-se assim, um instrumento de como captar imagens dos registros da História.
Fontes:
http://www.fotoserumos.com/grumos14.htm
SCTRIKLAND, Carol. Arte comentada: da pré-história ao pós-moderno. 13.ed. Rio de Janeiro: Ediouro, 2004.
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